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Publicado por : Unknown segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ciência explica a importância e os limites da interação online


Em um mundo em que a comunicação é rápida e direta, as pessoas usam as mídias sociais para falar umas com as outras, compartilhar o que estão fazendo e buscar informações. Para alguns, estar conectado é fator essencial de sobrevivência. Quem nunca ouviu que se você não está no Facebook você não existe? Exageros à parte, a ciência ainda diverge em alguns aspectos em relação ao tema, mas tenta expôr os limites da vida nesse universo digital.

De acordo com Naim Akel, coordenador do curso de Psicologia e Neurociência da PUC – PR, as mídias sociais afetam diretamente o comportamento em sociedade. “O ser humano é um ser social que precisa se comunicar e a internet é uma ferramenta muito eficiente, flexível e fácil de ser utilizada. Usamos as redes para nos sentirmos aceitos”, explica.

Superexposição

O processo de inclusão social passa por atitudes que são agregadas de maneira imperceptível ao nosso dia a dia: compartilhamos a informação sobre o restaurante onde fomos jantar, publicamos fotos de todos os lugares novos que visitamos e não pensamos duas vezes antes de fazer uma selfie. “Estamos em uma era de vaidade, onde todos buscam por beleza, riqueza, prestígio e poder. Expôr as conquistas por meio das mídias digitais tornou-se uma necessidade.”

Para o neurocientista, ao se tornar uma necessidade esta ação não passa pelo julgamento racional, ou seja, fazemos sem pensar. Isso explica a onda das selfies expondo a intimidade de casais depois do sexo, o #aftersex. “Ao exibir a privacidade, o ser humano se expõe para seguir um modismo, para fazer parte daquilo. Se a foto tem muitas curtidas ele alcançou seu objetivo de se tornar popular”, analisa.

De acordo com o especialista é importante que as pessoas determinem um limite de tempo para as redes sociais e que estejam preocupadas, principalmente, em controlar a sua exposição. "Estudos convergem para que o tempo máximo gasto por dia com a interação online seja de duras horas e meia. Utilizar esses meios pode ser altamente benéfico desde que seja feito um controle em relação ao que está sendo publicado", diz o neurocientista.

Pesquisas afirmam que as áreas do cérebro envolvidas com a racionalidade, julgamento e controle são as mais recentes na evolução do ser humano. Pela evolução natural, Akel acredita que o homem deveria ter mais controle em relação ao riscos e lucros dessa exposição. “As mídias se tornaram mecanismos que pulam esta etapa de avaliação. O risco está no fato de as pessoas agirem de maneira compulsiva, deixando-se levar por este novo padrão de interação sem pensar.”

Para ele, um exercício de autocontrole é a melhor maneira de evitar prejuízos e arrependimentos. "Precisamos parar e pensar no que estamos publicando. Esta informação vai me prejudicar de alguma maneira? Até que ponto ela é favorável para mim? Não estou perdendo muito tempo para viver minha vida online e deixando a minha vida real passar?". Para ele, utilizar as ferramentas com controle e reflexão é a melhor forma de manter o relacionamento sadio entre homem e tecnologia.

Menos depressão – interações reais x interações fantasiosas

A facilidade de comunicação proporcionada pela rede pode ser muito positiva, como por exemplo quando aliada ao combate da depressão. De acorco com Akel, as pessoas estão cada vez menos solitárias, pois podem interagir mais facilmente. “Por mais que a rotina seja corrida por estarmos trabalhando em questões de sobrevivência, podemos usar a internet e falar com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.”

Outra questão destacada por ele é a importância de entender os limites que essas ferramentas têm em relação à nossa percepção do mundo. Nossa compreensão do outro é feita de acordo com órgãos sensoriais que são ativados quando conhecemos uma pessoa pela primeira vez. “Se apaixonar pela internet expõe o ser humano a um risco maior de decepção, pois você conhece o outro somente a partir das informações que ele quer divulgar”, finaliza Akel. Nada nunca irá substituir o primeiro olhar, o primeiro toque.

Fonte: Daquidali

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