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Publicado por : Unknown sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Neurologista alerta para as possíveis consequências da automedicação.


                                     

Em uma sociedade tomada pela relação “muitas tarefas e compromissos X falta de tempo para cumpri-los”, as pessoas se forçam a ficar muito mais tempo acordadas para manter a normalidade da rotina. Essa constante atividade faz com que o cérebro demore a "desligar", gerando episódios de insônia e aumentando a popularidade dos chamados “remédios para dormir”. Muitos se automedicam, sem se importar com os verdadeiros riscos dessa prática, como a dependência. O DaquiDali entrevistou o Dr. Frederico M. Haidar Jorge, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, que esclareceu as principais dúvidas sobre esses indutores artificiais do sono.

Para que esses medicamentos são realmente destinados?
Eles são indicados como terapia coadjuvante às medidas não farmacológicas no tratamento da insônia, nunca sendo instituídos isoladamente.

Quais os riscos de serem tomados sem prescrição médica?
Existem pelo menos 8 classes de medicamentos para o tratamento da insônia e para cada um deles há diversos riscos, efeitos colaterais e contraindicações. Por exemplo: risco de dependência, sintomas gastrointestinais, tontura, cefaleia e fadiga. Em quem tem apneia do sono, alguns deles podem piorar os eventos respiratórios. E a maioria é contraindicado em gestantes.

Qual o efeito deles a longo prazo? É verdade que degeneram os neurônios?
Cada medicamento terá sua particularidade e uma vez que o paciente não apresenta contraindicações a sua introdução e nem efeitos colaterais incapacitantes, deve-se atentar principalmente para os riscos de dependência medicamentosa a longo prazo. Quanto a segunda pergunta, não é que esses medicamentos degeneram os neurônios, mas alguns deles (por exemplo, os ansiolíticos) agem como depressores do sistema nervoso central levando a uma menor atividade neuronal, o que por consequência aumenta o risco de episódios de amnésia. Eles também pioram cognitivamente os pacientes com demência (por exemplo, doença de alzheimer), o que configura uma das principais razões para serem evitados nos idosos.

Quando a pessoa pode se considerar viciada em medicamentos desse tipo?
É preciso saber se o indivíduo está fazendo um tratamento adequado ou não, porque com nenhum desses medicamentos é permitida a automedicação, visto os riscos e os critérios de introdução e manuseio deles. Consequentemente, um seguimento médico não adequado ou a auto prescrição leva a uma maior chance de dependência e exposição aos efeitos colaterais.

Ansiolítico pode ser considerado remédio para dormir? 
O “ansiolítico” é o nome popular para os benzodiazepínicos (uma das classes de medicamentos para o tratamento da insônia) e muitas vezes são úteis, principalmente, quando há um componente de ansiedade associado. Mas é importante ressaltar que estes não são considerados tratamento de primeira linha, eles estão relacionados a insônia crônica e mesmo quando indicados devem ser por um período curto de 3 a 4 semanas apenas.

Há algum indutor natural do sono para substituir os medicamentos?
Existem diversas medidas não medicamentosas que devem ser incentivadas, tanto por não possuírem efeitos colaterais como por promoverem uma melhor qualidade de vida, como: relaxamento, controle de estímulos, terapia cognitivo-comportamental e higiene do sono.

(Fonte) DaquiDali



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