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Publicado por : Unknown segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Objetivo dos universitários é ajudar vítimas a se proteger contra ataques. Invenção gera polêmica por responsabilizar vítima pela prevenção.


Você está em um bar e um desconhecido se oferece para lhe pagar uma bebida. Quando ela chega, você discretamente mistura o líquido com o dedo indicador e, depois de segundos, observa se a cor do seu esmalte mudou. Se sim, significa que seu drink foi adulterado com alguma droga capaz de lhe deixar inconsciente.


Essa foi a ideia que surgiu da cabeça de quatro estudantes de engenharia da Universidade da Carolina do Norte (NCSU), nos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar mulheres e homens a detectarem uma possível ameaça e se protegerem contra ataques.
O esmalte, chamado Undercover Colors, é composto por um produto que reage quando em contato com substâncias como Rohypnol, Xanax ou GHB, geralmente usadas para deixar as pessoas inconscientes (como é o caso da droga popularmente conhecida como Boa Noite Cinderela) e facilitar estupro, roubo e outros atos violentos.
Para que o “esmalte antiestupro”, como foi apelidado, faça efeito, basta que a pessoa que está desconfiada encoste sua unha na bebida por alguns segundos e observe se há mudança na cor. A adição de drogas a bebidas é um golpe bastante conhecido, porém dificilmente identificado, que acontece principalmente em festas, baladas e bares.
Ankesh Madan, Stephan Gray, Tasso Von Windheim e Tyler Confrey-Maloney: criadores do esmalte que muda de cor quando em contato com drogas (Crédito: Reprodução / Facebook)
Ankesh Madan, Stephan Gray, Tasso Von Windheim e Tyler Confrey-Maloney: criadores do esmalte que muda de cor quando em contato com drogas (Crédito: Reprodução / Facebook)

Estupro: responsabilidade da vítima ou do agressor?

Apesar de ter ganhado destaque na mídia nacional e internacional como uma solução interessante, o produto foi alvo de algumas críticas e levantou a questão: prevenir uma agressão (seja ela estupro, roubo ou qualquer outra) é responsabilidade da vítima?
O grupo americano Feministing fez ressalvas à invenção, argumentando que o novo esmalte, embora possa ajudar em alguns casos, promove aculpabilização da vítima, uma vez que dá a falsa impressão de que mulheres e homens têm o poder de evitar ataques contra si. “Vocês [criadores do produto] estão minimamente preocupados com a possibilidade de que as mulheres que não estiverem usando seu esmalte quando forem drogadas e estupradas serão culpadas por não fazerem tudo o que podiam para ‘assegurar sua segurança’?”, declarou a Diretora Executiva do Feministing, Maya Dusenbery, em artigo publicado no site do grupo.
Além disso, a organização critica a medida por desviar do que, segundo acredita, deveria ser a questão central nos casos de agressões (sexuais e outras): a responsabilidade e impunidade da pessoa que comete o crime. “Vocês estão trabalhando para desenvolver um produto que irá deixar os possíveis agressores com medo de, de fato, estuprar?”, continua o texto.
Ainda em fase de desenvolvimento, o esmalte Undercover Colors não tem data para entrar no mercado.
Fonte: BolsadeMulher

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